6º Ano
Unidade – 3
A Partilha do Pão
Olá queridos alunos
Cá estamos. Com é que se sentem? E a vossa família, como está? Estamos em tempos novos e diferentes. Agora precisamos de ser ainda mais corajosos.
Se bem se lembram, andávamos a descobrir quem era o Homem Jesus. Mas na Páscoa, creio que ficaram com as dúvidas todas tiradas, ou não…
Nesta Unidade 3 “A Partilha do Pão”, vamos fazer novas descobertas. Antes que me esqueça deixo o link para consultares o manual.
6ºAno: https://drive.google.com/file/d/0B5k8dUOv9s6OekFTX19rWFg5d28/view?usp=sharing
A alimentação é e sempre foi uma preocupação diária das pessoas de todos os países e continentes. Mas ela é diferente em todos os lados por muitas razões.
1º - Proponho-te que pegues numa folha de papel e faças uma lista de todos os alimentos que tens aí em casa. Qual a conclusão do teu trabalho? Vieram todos do mesmo sítio? Ou até vieram de países diferentes?
2º - Proponho-te que leias as páginas 82- 83 do manual. Tens aí uma frase importante: “O conhecimento de um povo e da sua cultura passa também pela experiência da sua gastronomia”. Convida a tua família a dialogar sobre esta frase.
No tempo em que não havia carros, os agricultores transportavam os cereais até aos moínhos para os transformar em farinha que depois se transformava em pão.
Guerra Junqueiro, um poeta português escreveu um poema sobre essas viagens ao moinho feitas por uma velhinha.
3º - Proponho-te que escutes esse poema na voz de Maria de Lurdes Resende.
https://www.youtube.com/watch?v=n83wrG_OkQw
Deixo-te o poema para que possa acompanhar.
Pela estrada plana, toc, toc, toc,
Guia o jumentinho uma velhinha errante
Como vão ligeiros, ambos a reboque,
Antes que anoiteça, toc, toc, toc
A velhinha atrás, o jumentinho adiante!...
Toc, toc, a velha vai para o moinho,
Tem oitenta anos, bem bonito rol!...
E contudo alegre como um passarinho,
Toc, toc, e fresca como o branco linho,
De manhã nas relvas a corar ao sol.
Vai sem cabeçada, em liberdade franca,
O jerico ruço duma linda cor;
Nunca foi ferrado, nunca usou retranca,
Tange-o, toc, toc, moleirinha branca
Com o galho verde duma giesta em flor.
Vendo esta velhita, encarquilhada e benta,
Toc, toc, toc, que recordação!
Minha avó ceguinha se me representa...
Tinha eu seis anos, tinha ela oitenta,
Quem me fez o berço fez-lhe o seu caixão!...
Toc, toc, toc, lindo burriquito,
Para as minhas filhas quem mo dera a mim!
Nada mais gracioso, nada mais bonito!
Quando a virgem pura foi para o Egipto,
Com certeza ia num burrico assim.
Toc, toc, é tarde, moleirinha santa!
Nascem as estrelas, vivas, em cardume...
Toc, toc, toc, e quando o galo canta,
Logo a moleirinha, toc, se levanta,
Pra vestir os netos, pra acender o lume...
Toc, toc, toc, como se espaneja,
Lindo o jumentinho pela estrada chã!
Tão ingénuo e humilde, dá-me, salvo seja,
Dá-me até vontade de o levar à igreja,
Baptizar-lhe a alma, prà fazer cristã!
Toc, toc, toc, e a moleirinha antiga,
Toda, toda branca, vai numa frescata...
Foi enfarinhada, sorridente amiga,
Pela mó da azenha com farinha triga,
Pelos anjos loiros com luar de prata!
Toc, toc, como o burriquito avança!
Que prazer d'outrora para os olhos meus!
Minha avó contou-me quando fui criança,
Que era assim tal qual a jumentinha mansa
Que adorou nas palhas o menino Deus...
Toc, toc, é noite... ouvem-se ao longe os sinos,
Moleirinha branca, branca de luar!...
Toc, toc, e os astros abrem diamantinos,
Como estremunhados querubins divinos,
Os olhitos meigos para a ver passar...
Toc, toc, e vendo sideral tesoiro,
Entre os milhões d'astros o luar sem véu,
O burrico pensa: Quanto milho loiro!
Quem será que mói estas farinhas d'oiro
Com a mó de jaspe que anda além no Céu!
Guerra Junqueiro (1850 - 1923)
(Do livro de leitura da 4ª classe de 1951)
Coragem! Estou ao vosso dispor no mail, no chat do mail ou no face.
Fiquem bem, sejam felizes!
“O que eu quero, principalmente, é que vivam felizes”
(Sebastião da Gama)
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